ESQUEMAS DE COSMOLOGIA - 07
II - UNIVERSO NA HISTÓRIA, HISTÓRIA DO UNIVERSO: faces da Cosmologia.
B) - DA "ESCOLA DE ALEXANDRIA" À ÉPOCA MODERNA.
2. ABERTURA RENASCENTISTA: Nicolau de Cusa. Um Universo Infinito.
I. QUESTÕES DE ORDEM GLOBAL:
A. Noção de INFINITO e antecedentes gregos (os Atomistas).
B. Universo como INTERMINATUM (sem limites).
C. Universo e Ciência.
D. A consciência do Conhecimento parcial - "Douta Ignorância" (1440).
E. UNIVERSO:
1. EXPLICATIO - multiplicidade.
2. COMPLICATIO - unidade divina.
3. CONTRACTIO - individualidade.
F. Os paradoxos matemáticos:
1. Recto-curvo.
2. Grande-pequeno.
3. Movimento-repouso.
G. O centro metafísico do Universo --- o "heterónimo" de Deus.
H. Nicolau de Cusa e oposição à Ciência Moderna --- o tratamento matemático.
I. Universo não-hierarquizado:
1. Contra o papel desprezível da terra.
2. Universo povoado por toda a parte.
II. Algumas ideias centrais do pensamento de NICOLAU DE CUSA:
A. Formação em Direito, Matemática e Teologia. (Pádua e Colónia).
B. Os Gregos e a noção de Infinito:
1. Leucipo.
2. Demócrito.
3. Epicuro.
4. Redescoberta dos Atomistas por:
a. Lucrécio.
b. Diógenes Laércio.
C. "DOUTA IGNORÂNCIA"(1440). Nicolau de Cusa parece não conhecer o "De Rerum Natura" de Lucrécio à altura da publicação desta obra. Alguns dos temas fundamentais nela tratados reportam-se ás seguintes questões:
1. Rejeição da concepção medieval do Cosmos.
2. Negação da finitude do Mundo.
3. Contra o encerramento do Mundo pelas ESFERAS CELESTES.
4. Não sustenta a infinidade positiva do Universo.
5. Atribui o "adjectivo" INFINITO EXCLUSIVAMENTE A DEUS.
6. Universo é "INTERMINATUM" = "SEM LIMITES".
7. Universo carece de PRECISÃO e DETERMINAÇÃO.
8. Logo, não pode ser objecto de:
a. Ciência Total.
b. Ciência "precisa".
9. Por consequência, o estudo do Universo implica:
a. Conhecimento parcial.
b.Conhecimento conjuntural.
10. É este Conhecimento dos Limites do nosso Saber QUE CONSTITUI A "DOUTA IGNORÂNCIA".
D. A concepção de Nicolau de CUSA não se baseia numa:
1. Crítica às TEORIAS ASTRONÓMICAS.
2. Crítica às TEORIAS COSMOLÓGICAS.
3. Não conduz a uma REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
4. Segundo A. KOYRÉ, NICOLAU DE CUSA vai mais longe que Copérnico.
III. IDEIA DE UNIVERSO:
A. É expressão do desenvolvimento de Deus - EXPLICATIO.
B. EXPLICATIO implica REINO DA MULTIPLICIDADE E SEPARAÇÃO.
C. É expressão daquilo que em Deus é:
1. Indissolúvel.
2. Unidade "estreita"
3. Logo,o conceito de COMPLICATIO.
D. Desta posição decorre que todo o SER CONCRETO:
1. Representa o Universo, de forma PARTICULAR E ÚNICA.
2. Representa Deus, de forma PARTICULAR E ÚNICA.
E. Decorre ainda desta posição que cada "ser concreto" é diferente de todos os outros porque:
1. Contrai toda a riqueza do Universo em si-próprio.
2. Contrai toda a plenitude do Universo em si-próprio.
3. Logo,o conceito de CONTRACTIO.
IV. OS PARADOXOS MATEMÁTICOS:
A. A estratégia básica consiste na INFINITIZAÇÃO de RELAÇÕES VÁLIDAS para o terreno do FINITO:
1. Oposição RECTO-CURVO --- o CÍRCULO NA ESCALA INFINITA:
a. Infinitamente GRANDE: a circunferência é IGUAL À TANGENTE.
b. Infinitamente PEQUENO: a circunferência é IGUAL A UM PONTO.
2. Oposição GRANDE-PEQUENO.
3. Oposição MOVIMENTO-REPOUSO.
B. O centro do Mundo COINCIDE COM A CIRCUNFERÊNCIA --- a ideia dum CENTRO METAFÍSICO.
C. O CENTRO DO MUNDO É IGUAL A:
1. Circunferência do Mundo.
2. Começo-Fim do Mundo.
3. Fundamento-Limite do Mundo.
4. Logo, o verdadeiro "centro do Mundo" é o SER ABSOLUTO (Deus).
D. A definição de UNIVERSO concretiza-se como HETERÓNIMO da NOÇÃO DE DEUS. ("Esfera cujo centro está em toda a parte e a circunferência em parte alguma").
V. DISTINÇÃO DAS POSIÇÕES DE NICOLAU DE CUSA FACE À CIÊNCIA MODERNA:
A. Fortes dúvidas sobre a possibilidade de um tratamento Matemático das forças da Natureza.
B. Nicolau de Cusa mantém a sugestão de:
1. Esferas Celestes.
2. Região "central" do Universo.
3. Recusa dum "movimento giratório" aos Planetas.
C. Todavia, residem no seu pensamento parâmetros francamente inovadores tais como:
1. Recusa a uma estrutura hierarquizada do Universo.
2. Recusa a um "papel" baixo e desprezível da Terra.
3. Crença quanto a um Universo povoado por toda a parte.